Você está preparado para se comunicar com o público LGBTQIA+?

A linguagem inclusiva pode te ajudar

Na data em que celebramos o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ e vivenciamos tantas empresas e marcas comunicando apoio e respeito é necessário observar se essas comunicações estão isentas de preconceito, usando linguagem inclusiva e termos corretos.
Substituir o preconceito por informação correta é premissa para praticar comunicação inclusiva e não errar ou deixar sua empresa ou marca errarem.

Seguem 6 dicas imprescindíveis de uso da linguagem correta para incluir pessoas LGBTQIA+ sem preconceito ou estereótipos.


Substitua no seu vocabulário:

1) Mudança de sexo por readequação de sexo e gênero
A readequação de sexo e gênero pode ser definida como um conjunto de estratégias assistenciais para transexuais que pretendem realizar modificações corporais do sexo, em função de um sentimento de desacordo entre seu sexo biológico e seu gênero – em atendimento às legislações e pareceres médicos. Por essa razão, a readequação de sexo e gênero é muito mais ampla do que deixa entender o termo “mudança de sexo”, que pode reduzir a questão como apenas uma vontade de trocar de sexo.

2) “O” travesti por “A” travesti
Utiliza-se o artigo definido feminino “A” para falar da travesti (aquela que possui seios, corpo, vestimentas, cabelos e formas femininas). É incorreto usar o artigo masculino, por exemplo, “O” travesti Maria, pois está se referindo a uma pessoa com identidade de gênero feminino. O termo “O” Travesti, se referiria a uma pessoa travesti do sexo biológico feminino, mas com identidade de gênero masculino.

3) Família homossexual por família homotransparental
Família homotransparental é aquela família em cuja composição existe ao menos uma pessoa que vivencie a orientação homossexual e/ou identidade de gênero trans. Ela pode ser composta por somente uma pessoa ou por um casal, cisgênero ou transgênero, com ou sem filhos (biológicos ou adotados). O casal gay sem filhos; a mulher lésbica com filho ou filha heterossexual, os pais heterossexuais com ao menos um filho ou filha gay, lésbica ou trans, todos são exemplos de família homotransparental. Como, de modo geral, a reprodução não ocorre entre os casais homoafetivos, para terem filhos biológicos é necessária a participação de outra pessoa que forneça material genético ou sirva de “barriga de aluguel”, expressão utilizada para denominar a gestação por substituição. Ainda, há a possibilidade de o filho ser registrado em nome de todos os que participaram do projeto parental, ainda que não tenham contribuído com material genético. É o que se chama multiparentalidade. Além de ter filhos biológicos na forma descrita acima, outra opção de parentalidade aberta a casais e pessoas solteiras LGBTQIA+ é a adoção de filhos.

4) Hermafrodita por intersexual
Intersexual é o termo geral adotado para se referir a uma variedade de condições (genéticas e/ou somáticas) com que uma pessoa nasce, apresentando uma anatomia reprodutiva e sexual que não se ajusta às definições típicas do feminino ou do masculino. Hermafrodita é um termo desatualizado e depreciativo.

5) Homossexualismo por homossexualidade
Termo incorreto e preconceituoso devido ao sufixo “ismo”, que denota doença e anormalidade. O termo substitutivo é homossexualidade, que se refere da forma correta à orientação sexual do indivíduo, indicando “modo de ser e sentir”. Orientação sexual Opção sexual é uma expressão incorreta. O termo aceito é “orientação sexual”. A explicação provém do fato de que ninguém “opta”, conscientemente, por sua orientação sexual. Assim como a pessoa heterossexual não escolheu essa forma de desejo, a pessoa homossexual ou bissexual (tanto feminina quanto masculina) também não.

6) Parceiro homossexual e casal homossexual por casal homoafetivo.

Ao falar sobre homoafetividade ou casamento homoafetivo, o ideal é usar a expressão casal homoafetivo. A palavra homoafetiva é sinônimo de homossexual, mas ressalta a conotação emocional e afetiva envolvida na relação amorosa entre pessoas do mesmo sexo/gênero. É importante ressaltar que, ao se referir a uma pessoa, deve ser usada a palavra homossexual, ou bisssexual ou transgênero, conforme o caso.

Fonte: Manual Rede GayLatino e Aliança Nacional LGBTI

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Renata Camargo
Jornalista graduada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, possui 25 anos de experiência em comunicação corporativa. Consultora em comunicação inclusiva, pesquisadora e entusiasta do cenário brasileiro de Diversidade & Inclusão com ênfase no papel das empresas e marcas na transformação da sociedade.

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